​Estudar a Gastronomia Italiana no Brasil, para mim, é muito mais do que entender receitas, técnicas e tradições. É revisitar a minha própria história. Sou neto de italianos e carrego comigo uma cultura que atravessou oceanos e encontrou no Brasil um novo lar. Quando olho para a mesa brasileira, especialmente em São Paulo e no Sul, reconheço traços dessa herança que faz parte da minha vida desde sempre.

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A imigração italiana moldou profundamente o nosso modo de comer, trabalhar e conviver. A partir do final do século XIX, milhares de famílias trouxeram para o país hábitos alimentares, técnicas agrícolas e maneiras de celebrar que logo se misturaram às tradições locais. Esse encontro criou um diálogo culinário vivo, que ajudou a formar a identidade gastronômica brasileira.

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Em São Paulo, essa presença está por toda parte. Os italianos tiveram papel essencial no ciclo do café e na formação cultural e gastronômica da capital. Padarias, cantinas, clubes e pequenas fábricas nasceram dessa influência. São Paulo se tornou, com o tempo, uma das grandes capitais mundiais da pizza. Massas frescas, pães artesanais, embutidos e gelatos fazem parte do cotidiano, sempre carregando algo do espírito mediterrâneo.

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No Sul do Brasil, a herança é igualmente forte. Colônias inteiras preservam tradições, dialetos e modos de preparo transmitidos de geração em geração. A cultura da uva e do vinho, tão marcante no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, nasceu do trabalho dos imigrantes italianos que trouxeram mudas, técnicas e uma relação profunda com a terra. Ali, o vinho é memória, celebração e identidade.

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E essa história também vive no lugar onde moro. Em São Roque, a influência italiana faz parte do cotidiano. A uva, o vinho e os sabores que atravessam gerações formam a paisagem da cidade e alimentam a alma de quem vive aqui. Cresci cercado por essas histórias e sabores que me conectam diretamente às minhas origens. Por isso me sinto motivado a difundir, proteger e valorizar essa cultura que está na minha família e na vida de tantos brasileiros.

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Hoje, mais de trinta milhões de brasileiros têm algum grau de ascendência italiana. Essa presença se reflete na gastronomia, no empreendedorismo, na agricultura e na formação de milhares de empresas de origem ítalo-brasileira que ajudaram a construir a economia do Sudeste e do Sul.

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Quando estudo a Gastronomia Italiana, não estou apenas pesquisando sabores. Estou honrando uma memória coletiva e pessoal. Estou continuando uma história que começou muito antes de mim, com os meus antepassados que vieram buscar um futuro no Brasil levando consigo modos de cozinhar, valores e tradições.

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Este projeto nasce desse compromisso. Preservar, celebrar e compartilhar a gastronomia italiana como parte viva da cultura brasileira.